Eurotúnel: uma construção a 50 metros abaixo do mar

A construção deste túnel, posteriormente, denominado Eurotúnel, é um dos grandes projetos de engenharia do séc. XX, que atravessa uma barreira geográfica entre os dois territórios, o Canal da Mancha. Possui três túneis paralelos, dois dos seus túneis são usados para o transporte de caminhões, carros e passageiros, que se acomodam em enormes vagões de um comboio, denominado Eurostar, o outro é destinado para o sistema de ventilação.

Trajeto Eurotúnel

É o terceiro maior túnel ferroviário do mundo com 50,450 quilômetros de extensão que liga Folkestone, no Reino Unido, com Coquelles, no norte da França, sob o Canal da Mancha no Estreito de Dover. 37,9km de sua extenção estão debaixo do mar. A profundidade média é 45,7 metros abaixo do solo do mar, e a máxima profundidade é de 60 metros.

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O Túnel custou 9 bilhões de libras – o suficiente para pagar a ponte Golden Gate 700 vezes. Quase 7 milhões de passageiros fazem a travessia de 35 minutos a 160 km/h todo ano.

A Sociedade Americana de Engenheiros Civis declarou o túnel uma das sete maravilhas do mundo moderno, fazem parte dessa lista construções como a ponte Golden Gate e a Hidrelétrica de Itaipu.

Construção

A escavação do túnel demorou sete anos. Foram usadas grandes máquinas, tunnel boring machine (TBM) que abriam o túnel, retiravam a terra e escoravam as paredes com concreto. Quase 4 milhões de metros cúbicos foram escavados só do lado inglês; tendo com isso, roubado ao mar cerca de 360 000 m².

O Túnel da Mancha é constituído por 3 túneis paralelos, dois principais ferroviários e um menor, de acesso. Este túnel de acesso, que é servido por veículos pequenos, é ligado aos outros através de passagens transversais em intervalos regulares para permitir que os trabalhadores da manutenção tenham acesso aos túneis principais e para fornecer uma saída de emergência em caso de acidente.

Os passageiros e os veículos automóveis (ligeiros e pesados) são transportados por trens, geridos pela companhia Eurotúnel. O trajeto dura apenas 35 minutos.

O túnel foi oficialmente inaugurado pela rainha britânica Elisabeth II e pelo presidente francês François Mitterrand, em 4 de maio de 1994. dois, com 7.6m de diâmetro, possuem compartimentos usados para transportar caminhões, carros e passageiros, e o outro é usado para o sistema de ventilação, serviços e acesso de emergência, com 5m de diâmetro.

Antes da escavação, os projetistas utilizaram sonares, radares e explosões de dinamite para definir o ponto do subsolo onde os túneis seriam construídos. Optaram por uma faixa de rocha calcária porosa e macia conhecida como greda. Já o trajeto, escolhido com base no nível de segurança, foi definido por 94 perfurações realizadas entre 1958 e 1987.

Foram utilizadas onze escavadeiras tipo “tatuzão”, partindo, simultaneamente, de Coquelles e Folkestone. O tatuzão trabalhava num ciclo de escavação e revestimento, dois processos que não ocorriam ao mesmo tempo. Primeiro, a parte frontal girava para perfurar a terra. A lama e as pedras escavadas eram lançadas numa esteira instalada dentro da própria máquina, pela qual eram carregadas até a outra ponta. Depois, eram levadas à superfície por bombas, vagões e tratores.

Revestimento: cada aro do túnel é formado por seis segmentos de concreto, fabricados nos canteiros de obras e levados por vagões até a parte da frente dos tatuzões. Ao chegar ali, o segmento era agarrado a vácuo por um sistema giratório, operado por um funcionário. Cada um dos seis segmentos era colocado em seu lugar, completando o aro de 1,5 m de largura. Os segmentos de concreto tinham um esqueleto de aço para resistir à pressão de 12 atm.

Bombas de drenagem foram instaladas para retirar água vinda de infiltrações. Pequenos dutos ligando a parte superior dos três túneis foram instalados a cada 250 m para aliviar a pressão do ar produzida pelo deslocamento dos trens. Outros dutos, de água fria, foram fixados nas paredes para garantir a refrigeração, controlando o calor gerado pelo atrito

A colocação dos trilhos e a montagem dos sistemas elétricos, de iluminação e de comunicação foram feitas após a finalização do revestimento.

 

Vantagens

Melhoria nos meios de transportes e vias de comunicação e acessibilidade  entre as regiões – O Eurotúnel permitiu uma maior ligação entre as redes ferroviárias da Europa.

Com isso, o percurso Londres – Paris pode ser realizado em apenas 2 horas e ainda com a vantagem de desembarcar no centro de ambas as capitais. Este fato contribui para aumentar o fluxo de turistas, como também um incentivo a economia local.

Facilidade de circulação no continente europeu – Novas perspectivas surgem para o desenvolvimento dos transportes europeus, nomeadamente a construção de infraestruturas como túneis e pontes, que tornam mais fácil a circulação no continente europeu

 

Impactos

Ocorreram alguns casos de imigrantes que tentaram caminhar ao longo do túnel ou entrar nos comboios ilegalmente. Isto certamente foi um fato inesperado e negativo para ambos os países. Referente aos impactos ambientais causados pela obra vários estudos foram levantados para que tais danos fossem minimizados. Mesmo assim, cerca de 4 milhões de metros cúbicos de cal foram escavados do lado inglês e despejados perto de Folkstone, tendo com isso roubado ao mar cerca de 360 mil metros quadrados.

Além disso, quando as escavadoras se encontraram no meio do túnel, a máquina francesa foi desmontada, enquanto que a inglesa foi desviada para as rochas e abandonada.

O único sério incidente no Eurotúnel aconteceu em 18 de novembro de 1996, quando fogo se alastrou em um trem transportando caminhões. Ninguém morreu. O túnel foi reaberto para uso limitado em 21 de novembro do mesmo ano. Ocorreu mais um incidente em 11 de setembro de 2008, do lado francês do túnel, mas equipes inglesas saíram da cidade de Kent, no sudoeste da Inglaterra, para auxiliar nas operações e não houve vítimas.

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Fonte:

https://engenhareia.wordpress.com/2017/07/07/eurotunel/

 

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