Planejamento de obras: uma ferramenta que produz grandes resultados

 

Planejar é o serviço de preparação de um trabalho, de uma tarefa, com o estabelecimento de métodos convenientes; planificação.

“A função do planejamento prévio é a de planejar os trabalhos da obra antes de seu início, de tal forma que sejam escolhidos os métodos construtivos e os  meios de produção mais adequados e estes sejam coordenados entre si, considerando- se todo quadro de condicionantes internos e externos à empresa. O objetivo deste planejamento é obter o maior rendimento possível com custos de execução os menores possíveis.”

          Assim, em tempos de crise, em um mercado no qual se busca, ao máximo, apresentar diferenciais competitivos por meio da otimização de processos e redução de custos, planejar tem se tornado ainda mais importante no contexto da construção civil.

        Toda atividade de produção complexa – execução de obras, inclusive – demanda certo grau de planejamento. Este planejamento pode ser realizado pela própria construtora que está executando a obra ou por meio da terceirização do serviço. Assim, tal atividade fica à cargo de um engenheiro civil denominado gerente de planejamento.

         Planejar obras é uma atividade relativamente complexa e requer um total domínio dos recursos e processos utilizados para a atividade. Por isso, o gerente de planejamento, no exercício de sua atividade, deve atentar para estabelecer com antecedência as ações, recursos, métodos e os meios necessários para a execução de um empreendimento.

    blams Em um contexto de alta complexidade, o gerente de planejamento deve ter visão sistêmica para antever todas as ações e possíveis problemas. É imprescindível que se tenha noção de todas as restrições de uma atividade, ou seja, o que pode vir a impedir o bom funcionamento desta. Estas restrições estão muito atreladas aos recursos necessários para a execução da atividade, dado que a falta de um recurso, por mínimo que seja, como um simples prego, pode vir a inviabilizar o acontecimento de uma atividade e prejudicar toda uma cadeia de processos.

Assim, o planejamento de uma obra pode ser dividido em:

  • Planejamento dos métodos de execução: Métodos construtivos, técnica empregada, custos;
  • Planejamento físico da obra: Cronograma detalhado;
  • Planejamento dos recursos operacionais e financeiros: Mão-de-obra, materiais, máquinas e equipamentos, em níveis físicos e financeiros;
  • Planejamento do canteiro de obras.

 

Para uma explanação mais profunda do conteúdo, retiraram-se e adaptaram-se textos da apostila de Cursos de Gestão e Gerenciamento de obras.

 

PASSOS DO PLANEJAMENTO:

1.  DEFINIÇÃO DO CRONOGRAMA FÍSICO

       Partindo-se sempre de uma hipótese (planejamento ideal), em que não existam limites de dotação orçamentária, o primeiro e mais importante passo é definir o prazo de execução da obra, propondo então um cronograma físico, raiz de todas as informações subsequentes.

Dentre os tipos de cronogramas físicos mais conhecidos, podemos citar:

  • Cronograma de Barras Horizontais (Gant);
  • Pert/CPM e/ou Project;
  • Cronograma de Barras Inclinadas (linha de balanço).

 

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2.  DEFINIÇÃO DO CRONOGRAMA FINANCEIRO

         Nasce em função de um cronograma físico e da disponibilidade financeira da empresa, para um empreendimento específico. Quando abordamos o tema  cronograma financeiro, devemos mostrar claramente a diferença entre Receitas e Despesas, porém ressaltamos a importância da análise sempre conjunta dos mesmos, no sentido de viabilizar economicamente o empreendimento.

O cronograma de receitas é determinado por algumas variáveis, tais como:

A – Valor da Obra (venda, ou contrato de empreitada);

B – Forma de Pagamento (prazo e reajuste);

C – Disponibilidade de Caixa da Empresa etc.

 

3.  CONTROLE DA RENDA

     Visa manter, sob estreita observação, o movimento financeiro do empreendimento, apurando a entrada de receitas e o desembolso, mês a mês. Este acompanhamento permite obter o equilíbrio financeiro desejado, mantendo uma velocidade de desembolso coerente com a entrada de receita, programando e executando um fluxo ideal.

     Um cronograma financeiro bem elaborado, se não for bem executado e controlado, ou seja, buscando variantes de fluxo, apropriando corretamente os custos, inclusive por tipo de custos, o prejuízo será certo. Atualmente as margens de lucro são extremamente pequenas, não permitindo incompetência, gastos desnecessários e fora de hora (Just in Time).

 

4.  DIMENSIONAMENTO DA EQUIPE

    Teremos uma previsão de equipe baseada no orçamento proposto. Já no segundo, a equipe dimensionada será o espelho da necessidade real da obra, desde que os índices de produção sejam confiáveis.

       A comparação entre os mesmos, nos permite corrigir as nossas composições, evitando-imagesse erros futuros, no cálculo da mão-de-obra e encargos dos orçamentos. Para tanto devemos ter claro o conceito de horas efetivas trabalhadas, que difere do conceito sindical de 220 horas mês, onde são incluídos descansos remunerados.

5.  CÁLCULOS DE TAREFAS

A tarefa é caracterizada, quando uma frente de serviço é designada, ou contratada, a um operário ou a uma equipe, por um preço global a ser pago pela mesma, quando do ser término. Neste preço devem estar inclusas as horas normais e extras trabalhadas, os descansos remunerados e os saldos de produção.

A sua aplicação visa estimular a produção pois, ao término de uma tarefa, o valor acertado estará garantido ao operário, independente do tempo gasto. O estímulo à produção deve estar sempre vinculado à manutenção da qualidade, um dos maiores riscos de perdas nesta modalidade de trabalho. Portanto, um dos parâmetros de recebimento de uma tarefa concluída é necessariamente a qualidade do serviço pronto, dentre outras, como por exemplo:

  • Terminalidade do serviço;
  • Retirada e guarda da sobra de material;
  • Limpeza e guarda de ferramentas/equipamentos;
  • Limpeza do local de trabalho;
  • Uso constante do equipamento de segurança, etc.

 

6.  ANÁLISE DO PLANEJAMENTO X ECECUTADO

          Esta etapa tem como objetivo o acompanhamento periódico (quinzenal ou mensal) do andamento do empreendimento, visando uma análise comparativa entre o planejado e executado.

         Esta análise, verifica a evolução tanto física quanto financeira da obra, nos fornecendo assim parâmetros reais em contrapartida ao previsto anteriormente.

 

6.1  MEDIÇÕES DA OBRA

Este procedimento nos informa o percentual de obra pronta, como um todo ou por tipo de frente de serviço, sempre em relação ao quantitativo orçado inicialmente. Aqui temos tanto a evolução do cronograma físico, como o desembolso financeiro acumulado, este medido em relação ao orçamento inicial (Po).

        A medição pode ser feita em percentual ou por quantitativos realizados, sendo que a segunda opção é mais precisa. A ferramenta ideal para as medições são as planilhas de quantitativos, elaboradas no momento da orçamentação do empreendimento.

6.2  OBRA A REALIZAR (OBRA NOVA)

         O orçamento inicial, possui as quantidades totais de serviços a realizar. Portanto se subtrairmos destes, as quantidades medidas, teremos como resultado, quais os serviços que faltam para a conclusão de obra. Estes podem ser reorçados a (Po) ou com preços atuais, gerando os custos para o término do empreendimento.

6.3  NOVO CRONOGRAMA

Indicamos quais as datas de início e fim dos serviços restantes, o que implicará na geração de um novo cronograma físico e de desembolso financeiro.

6.4  DADOS COMPARATIVOS

Com os dados obtidos, nos procedimentos anteriores, partimos para a análise propriamente dita. Torna-se importante, a totalização dos gastos efetivamente realizados, feita através de um software de contas a pagar ou pagas, para compará-los com o valor orçado correspondente à medição efetuada (retroanálise).

A checagem destes dados, mostra o histórico do empreendimento e define o ponto de partida para o replanejamento, oportunidade para as correções e alterações necessárias que permitem vislumbrar o resultado positivo.

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Por fim, podemos concluir que os benefícios de se planejar são muitos, entre eles:

  • Diminuição dos custos, através da redução de gastos desnecessários, duração do projeto, qualidade superior;
  • Obtenção de rendimentos maiores a partir da possibilidade de ganho de margens adicionais;
  • Melhora de produtividade por meio da reutilização de atividades recorrentes em outros projetos e criação de templates.

 

Autor: Laio Guimarães

Fonte : Comunidade da Construção

 

 

 

 

 

 

 

 

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