Escrito por: Rebeca Alves Nunes
Afinal, o que é um ativo?
De modo geral, um ativo é todo e qualquer material físico que está sob o poderio de determinada organização, de maneira que o mesmo não necessariamente deve estar prontamente disposto à entidade proprietária, mas que, de toda forma, é controlado por ela.
A categoria de ativos possui uma demasiada variabilidade, visto que estão incluídos, por exemplo, os equipamentos de TI, os maquinários pertencentes à linha de produção, os contratos, os materiais de escritório, os veículos de frota empresarial, entre outros. Portanto, de forma sucinta, os ativos podem ser interpretados como o patrimônio material de um corpo empresarial.
Então, do que se trata a gestão de ativos?
Em suma, a gestão de ativos trata do gerenciamento de todo o ciclo de vida de um ativo, a partir da sua aquisição, passando pela manutenção e direcionando-se finalmente ao seu descarte. Sendo assim, vale ressaltar que gestão de ativos não se trata apenas da manutenção dos mesmos, sendo essa somente uma etapa ou processo pertencente a esse tipo de controle materialístico.
Portanto, nessa referida gestão é relevante que sejam esclarecidos todos os controles que possam registrar e constatar as informações específicas de um ativo, como os seus detalhes e o seu preço. Como exemplificação, pode-se mencionar que durante uma obra, por exemplo, essa gestão demandaria uma notável importância em assegurar o controle da chegada e saída de um material, assim como sua reposição em conformidade com o balanço de estoque. Esse é um exemplo claro da influência da gestão dos ativos na logística de materiais dentro de um canteiro de obras e como essa gestão otimiza não só questões financeiras, mas também temporais.
Como fazer uma boa gestão de ativos?
Segundo a empresa Sankhya, para se fazer uma boa gestão de ativos a empresa inicialmente deve fazer um inventário com todos os seus bens, de forma que esses sejam relacionados e descrevidos dentro das nuances do seu negócio. Vale ressaltar que, a confiabilidade do mesmo é diretamente proporcional a sua rigorosidade, visto que quanto mais especificidades forem incluídas, como local de operação, número de série, modelo, especificações técnicas e etc, mais completo o inventário se tornará.
O próximo passo é fazer uma análise monetária dos ativos, como avaliar os valores para manutenção, o valor justo e residual, o custo de reposição de cada ativo e a estimativa de preço que o mesmo possuirá ao fim de sua vida útil.
É importante salientar que durante essa etapa é necessário estimar também a vida econômica e a vida transcorrida de cada bem material pertencente ao patrimônio da empresa. Sendo a vida econômica o intervalo de tempo estimado para que o ativo dure e a vida transcorrida, o registro do período de utilização do ativo.
Após a finalização do inventário, deve-se realizar a definição de normas e metodologias, divulgação da política de gestão de ativos, educação dos demais departamentos e origem de um setor responsável pela gestão do patrimônio – o qual deve conter sinergia entre os membros a fim de que haja integração entre todos os setores do negócio, assim como deve haver expertise contábil.
Os benefícios da gestão de ativos no corpo organizacional
Nas últimas décadas, o mundo corporativo voltou seus olhos para a gestão de ativos, visto que desde 2014 existe um leque de normas internacionais nessa área para certificação ISO.
De acordo com a plataforma Sienge, a Coppers Alliance e International Copper Association Latin American em sua publicação “Gestão de Ativos e a ISO 55001”, aborda alguns dos benefícios que seus estudos apontaram em empresas que são certificadas:
1- Melhorias no desempenho;
2- Melhorias nos custos;
3- Eficácia na Gestão de Riscos;
4- Garantia de crescimento e melhoria dos negócios;
5- Tomada de decisão confiável;
6- Maior confiança das partes interessadas por meio da conformidade e melhoria da reputação.
Alguns outros benefícios apontados foram: uma maior perspectiva estratégica do negócio, alteração de cultura, melhoramento da competitividade e etc.
A inserção e eficácia da gestão de ativos na Construção Civil
A construção civil é repleta de processos e etapas que demandam tempo e, por conseguinte, dinheiro. O controle sobre os fatores-chave que impactam diretamente essas atividades, como os materiais que compõem a sua realização, merecem notável atenção e é através da gestão de ativos que pode-se alcançar tamanho domínio organizacional. Dentro do setor da construção civil a gestão de ativos pode oferecer inúmeros benefícios como melhoria da confiabilidade do serviço, redução de interrupções não planejadas e significativa diminuição de custos.
Algumas das vantagens que pode-se agregar ao setor da construção civil através da inserção da gestão de ativos são:
- Aumento da produtividade
Os materiais são cruciais para que haja produção e trabalhabilidade, logo a gestão de ativos além de oferecer os equipamentos adequados, oferece os melhores possíveis, com o menor custo disponível. Dessa forma, haverá um crescimento exorbitante de produtividade por conta da melhoria dos meios de realização dos processos
2. Redução dos custos
A compra e conserto dos ativos podem gerar grandes custos às empresas. Sendo assim, a gestão desses materiais promoverá o gerenciamento desses ativos de forma que haja um melhor aproveitamento, ocasionando um menor custo associado à aquisição e manutenção dos ativos.
3. Otimização do orçamento da obra
A gestão de ativos auxiliará na análise da vida útil dos ativos e na sua demanda dentro do canteiro de obras, dessa forma pode-se realizar um orçamento efetivamente mais condizente com a realidade da construção, assim como prever futuras compras e contribuir para uma aprovação orçamentária mais rápida.
4. Aumento da disponibilidade dos ativos
Devido a gestão de ativos realmente promover um alto controle sobre os ativos o estoque sempre estará balanceado, de modo que poder-se-á evitar ocasiões como a dispensa de mão de obra por conta da ausência de materiais.
5. Otimização do uso dos ativos em todo seu ciclo de vida
A gestão de ativos proporcionará o melhor aproveitamento da vida útil dos ativos, promovendo não só uma maior economia como uma alta performance dos materiais.
6. Maior segurança para os funcionários
Como mencionado anteriormente, a gestão de ativos engloba ou inclui a manutenção dos mesmos. Desse modo, a manutenção preventiva dos maquinários protegerá os operadores de possíveis acidentes.
7. Garantia do cumprimento do cronograma de obras e etc.
Por conta do alto controle e aproveitamento dos ativos, todo o tempo disponível para realização dos processos não será afetado por ausência ou ineficiência de materiais, impactando positivamente no tempo de realização dos processos dispostos no cronograma de obras.
Por fim, pode-se afirmar que é notório e significativa a contribuição que a gestão de ativos oferece à construção civil. Entretanto, por mais que saibamos que seja uma área crescente nos últimos anos, é perceptível que todo o setor ainda não aderiu completamente a esse campo organizacional, mas que cada vez mais vem sendo adotado pelos diversos setores que compõem o mercado, visto que esse tipo de gestão possui vasta aplicabilidade e uma forte eficácia.
BIBLIOGRAFIA
LIMA, Tomás. 5 Problemas que a Gestão de Ativos do Sienge Resolve. Sienge, 2019. Disponível em: <https://www.sienge.com.br/blog/gestao-de-ativos-do-sienge/>. Acesso em: 18 de outubro de 2020.
O que é gestão de ativos e como isso impacta sua organização. Sankhya, 2019. Disponível em: <https://www.sankhya.com.br/blog/gestao-de-ativos/>. Acesso em: 18 de outubro de 2020.
O que é gestão de ativos?. Indústria 4.0, 2018. Disponível em: <https://www.industria40.ind.br/artigo/16474-o-que-e-gestao-de-ativos>. Acesso em: 18 de outubro de 2020.
Por que fazer a manutenção de ativos na construção civil?. NG Informática, 2017. Disponível em: <https://www.ngi.com.br/novidades/por-que-fazer-a-manutencao-de-ativos-na-construcao-civil>. Acesso em: 19 de outubro de 2020.
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